Voltou…de
forma tímida e quase translucida. A muitos pareceu falso ou erróneo, a mim
soou-me primeiro a vitória. Não voltou por vontade própria, mas pela busca
incessante dos amigos, que o sabiam vivo, por entre os caixotes de memórias
acumuladas, entre os escombros que representam os restos mortais de uma passado
que foi, mas continua vivo em mim, desperto como se fosse a mais actual notícia
que a todos acorda, em sobressalto, como a melhor que ouvimos nos últimos treze
anos. E é sob esta pressão e com grande responsabilidade que, com a timidez e
solenidade que o momento lhe exige, lá se vai destapando de todos os que o
encobriram ao longo deste tempo… Não sabe a quem se dirige, nem sequer se
existe alguém a quem se dirigir. Não sabe como se comportar diante da verdade
dos seus pares…sabe, porém que não é puro, não é completamente real e, por
isso, tenta fugir do rosto onde lhe disseram que deveria tomar sua morada. Não
sabe como comportar-se diante de uma multidão julgadora que questiona de forma
veemente a sua presença, tem vergonha de si próprio… Sabe que amanhã, senão
antes, não mais existirá… Então para quê mostrar-se a todos os que amanhã não
mais o reconhecerão? Para quê oferecer gritos de vitória a todos os que tanto o
buscaram e não mais o encontrarão? Para quê iludir tantos que nele acreditaram
e que ao nascer do sol perceberão que um sorriso é muito mais do que a
conjugação perfeita de um posicionamento muscular?
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