domingo, 15 de julho de 2012

Talvez...


Caiu o pano sobre um ciclo de felicidade. A cortina de uma história fechou-se de uma forma definitiva, uma história bonita que me fez muito feliz, a história de um recomeço que me fez rumar na direcção certa, a minha história.
Fecha-se hoje um capítulo da minha vida, que há-de dar lugar a outro. Deste, guardo a ternura de todos com quem tive o prazer de me cruzar, os sorrisos que partilhámos, o trabalho que construímos, aquilo em que acreditámos e principalmente a gratidão que sinto por tanto que recebi e, acredito, fui capaz de dar.
Não acredito em finais sem lágrimas, e há muito que os finais felizes me parecem longínquos e inalcançaveis, e este não foi excepção. Fica também a dor que a nostalgia me oferece, a dor do "adeus", as ausências que marcam um dia em que as gargalhadas deram, rapidamente, lugar às lágrimas... as da despedida, as que me marcam o rosto pela dor que senti ao sentir que acabou este percurso, as que me vem oferecendo a vida por deixar aberta a porta que as fazem correr, e não conseguir descobrir como calar os gritos de um coração que tenta fugir da realidade, mas sangra a cada momento de ausência.
Estou triste, dói-me o peito, cansa-me a alma por tudo o que sei que fica por fazer...

Talvez tenha chegado a altura de recolocar-me no primeiro lugar das minhas prioridades.
Talvez seja tempo de acreditar mais naquilo que sou, e naquilo que poderei ser.
Talvez seja a hora de voar sozinho, num vôo longo ou num simples salto em frente, para onde há mais e onde posso ser eu.
Talvez a vida esteja a dar-me mais do que consigo ver e sentir.
Talvez Dalai Lama tenha razão quando diz que, "por vezes não conseguir aquilo que queremos é um tiro de sorte"
Talvez seja este o tempo de crer, querer e aprender.
Talvez seja o tempo certo para partir... e esperar chegar.

Ainda que a vida me mostre caminhos estranhos, por onde o cansaço me pede para parar, ainda que tudo me pareça diferente ou pior daquilo com que sonho, ainda que os sonhos me pareçam tantas vezes tão distantes, ainda que a dor me tome, tantas vezes, conta do peito, eu caminharei, ainda que sem rumo ou direcção, e confiarei, como sempre, que a vida há-de mostrar-me por onde seguir para que eu continue com este sentimento bom de que, apesar de tudo, tenho mais a agradecer-lhe do que a reclamar dela, porque deixar de o sentir significa desistir de mim... e eu quero seguir sempre... nem que seja sozinho.

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